Polímatas: Poliamor aplicado às carreiras?
Que tal aplicar o conceito de poliamor ao trabalho e permitir que a sua multipotencialidade seja colocada em prática para atingir a sua total realização? Os polímatas, conscientes ou não, já fazem isso. Experimentam e atuam com diversas paixões ao mesmo tempo.
Bom, imagino que algumas pessoas talvez estejam se perguntando: mas do que se tratam estes termos? Então vamos por partes. Entendê-los um pouco é básico. Já volto nisso.
Primeiro eu quero dizer que a reflexão que trago neste artigo tem a ver com as nossas crenças limitantes sobre abundância versus escassez. E que, a depender do ponto de vista, podem ser muito libertadoras.
Para que possamos avançar em nossas reflexões, bora para alguns conceitos básicos?
O que são polímatas?
Geralmente, pessoas polímatas são reconhecidas por seus múltiplos talentos. Porém, o conceito vai muito além.
Polímatas são pessoas que desenvolvem sua multipotencialidade e alcançam a excelência em pelo menos três áreas completamente distintas do conhecimento, como por exemplo, artes, ciências e línguas.
Combinar multipotencialidades enriquece nossa vida pessoal, profissional, a cultura organizacional de uma empresa e pode trazer benefícios para a sociedade em geral.
Mas para isso acontecer é necessário muita dedicação e entrega em cada uma das áreas.
Se existe um jeito fácil e natural de nos dedicarmos e nos entregarmos a algo é amando.
Parece fácil, mas para se tornar polímata, além de amar e se entregar a diversas áreas de interesse, é necessário a ocorrência de três fatores simultaneamente: abrangência, profundidade e integralidade.
Eu tenho interesse em vários assuntos. Amo design, filosofia e futuros, por exemplo. Mas isso não faz de mim uma polímata. Sou mais generalista do que polímata, nesse caso.
Embora eu até tenha abrangência e consiga integrar alguns conhecimentos destas 3 áreas, não chego a ter tanta profundidade em filosofia a ponto de ser especialista em no mínimo 3 campos diferentes. E também, não há nada de mal nisso.
Pessoas que têm paixão por diversos assuntos geralmente exercem multi funções, transitam por diferentes áreas e costumam trazer soluções criativas para problemas complexos. Tanto que as empresas já estão atentas a isso.
O que é poliamor?
Me deparei com o conceito do poliamor há quase 20 anos. Se até hoje ele é um tema sensível e cheio de controvérsias, imagine naquela época.
Para quem não sabe, poliamor é a capacidade inerente de nós, seres humanos, de amarmos mais de uma coisa ou pessoa simultaneamente.
Pode parecer óbvia, em princípio, esta constatação. Amo meu filho, meu marido, meus pais e amigos.
Mas, quando falamos da aplicação deste conceito dentro de relacionamentos amorosos entre adultos, por exemplo, logo começam as discussões. Eu as considero super importantes, inclusive.
Boa parte delas recaem em questões morais, éticas e principalmente, sobre a ideia de posse, conhecida como ciúmes, um dos sentimentos mais comuns entre humanos.
O poliamor, para além da aplicação em nossa vida amorosa, também pode estar intrínseco em nosso dia a dia com o trabalho quando conseguimos combinar diferentes assuntos pelos quais somos apaixonados.
Ou então, quando conseguimos desenvolver a nossa multipotencialidade atuando em trabalhos distintos, que amamos, e que nos façam sentir realizados como seres humanos.
O que multipotencialidade tem a ver com poliamor e polímatas?
Quantos de nós atuamos hoje de forma dedicada a uma área, amamos essa área, mas nem por isso deixamos de flertar com outras áreas? Por vezes, até desejamos que pudéssemos atuar nela também, sem abrir mão da atual.
E quantas são as vagas no mercado, que pela forma ainda dominante em termos de desenhos organizacionais, temos condições de desenvolver a nossa multipotencialidade?
Qual é a lógica de sermos “dedicados” a uma única área ou escopo de trabalho?
Não estou me referindo aos profissionais multitarefas, que têm que fazer “de tudo um pouco”, exercendo multi funções.
Mesmo porque, possivelmente, a maioria desses profissionais estão preenchendo lacunas de outros para diminuir os custos da empresa.
O que busco refletir aqui é, se para os ditos “profissionais do século” os requisitos são: pensamento sistêmico, criatividade, empatia, resolução de problemas complexos entre outros…
Onde estamos criando espaços nas organizações para que tais habilidades e competências sejam estimuladas e desenvolvidas?
O quanto a cultura organizacional de uma empresa nos liberta ou nos aprisiona?
Não seria o momento de ressignificar a nossa própria relação com a geração de resultados nos ambientes de trabalho?
Não estamos querendo abraçar demais o mundo, atuando em multi funções, dizendo que temos coisas demais para nos atualizarmos para nos mantermos “competitivos”?
Que resultados essas narrativas “multi funções” tem nos gerado? Índices de doenças mentais que não param de aumentar nos últimos anos? Degeneração planetária e da própria humanidade?
Nos mantermos “competitivos”… contra quem estamos guerreando mesmo? Aliás, narrativa de guerra, batalha, lutas… que sentido faz tudo isso para os futuros regenerativos que sonhamos ver emergir?
Vagas cheias de especialidades… em um mundo com demanda – e falta – para profissionais com olhar mais sistêmico e empático? Não seriam grandes contrassensos?
O que cabe a cada um de nós para que possamos trabalhar com mais paixão e menos pesar?
Ser multi funções é diferente de convergir 3 ou 4 paixões e especialidades na sua vida e criar valor por meio disso – para si e para a sociedade ou ainda para a(s) empresa(s) a(s) qual(is) presta serviços talvez.
O que nos falta como sociedade para que possamos dar mais oportunidades às pessoas e suas paixões, de fato, em vez de pensarmos tanto nas oportunidades de “negócios” em primeiro lugar?
Como lifelong learner e lifelong worker por escolha consciente e muito amor à aprendizagem e ao trabalho, eu busco incentivar ao máximo as pessoas que atuam conjuntamente comigo em se experimentarem em diversos papéis, áreas, funções e níveis de responsabilidades.
Raramente vemos essas oportunidades nas ofertas de vagas do mercado. Isso nos nutre de uma maneira que culmina em resultados mais sistêmicos e regenerativos.
Por mais amor e menos dor, vamos refletir juntos como podemos nos potencializar mais e querer “dominar” menos em momentos de trabalho?
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