A Inteligência Artificial ainda depende de nós e muito


O ser humano costuma ter medo da mudança e um dos maiores temores que os constantes avanços tecnológicos provocam é a eliminação de empregos. A Inteligência Artificial, em especial, será determinante para o futuro do trabalho. Mas será que toda essa preocupação tem razão de existir? Será que a inteligência humana será superada pela das máquinas?

É fato que a inteligência artificial está transformando negócios e setores inteiros, já que aqui estamos falando de sistemas ou máquinas que simulam a inteligência humana para executar tarefas e conseguem se aprimorar constantemente com base na enorme quantidade de informações que coletam. 

Hoje, a inteligência artificial está presente nos chatbots de atendimento, nos mecanismos de recomendações automatizadas de plataformas de streaming, uso de dados demográficos e transacionais para prever o quanto alguns clientes gastarão ao longo de seu relacionamento com uma empresa, otimização de preços com base no comportamento dos consumidores, utilização do reconhecimento de imagens para analisar imagens de raios-X para buscar sinais de câncer, entre outras áreas. 

Inteligência artificial: horizonte do futuro do trabalho é de criação de empregos

A inteligência artificial depende de nós, ela não veio para substituir pura e simplesmente a inteligência humana. Ela serve para aprimorar nossas habilidades, conferir mais produtividade e eficiência, e não roubar empregos. 

“A inteligência viva não é uma máquina de cálculos. É um processo que articula afetividade, corporalidade e erros. Em seres humanos, é pressuposta a presença de desejo e da consciência de sua própria história em longo prazo. A inteligência humana não é concebível separadamente de todos os outros processos cerebrais e corporais.” – filósofo e psicanalista argentino Miguel Benasayag

Dentro desse processo de evolução, é natural que algumas tarefas repetitivas sejam eliminadas. Mas, por outro lado, novas funções serão concebidas. De acordo com um estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado pela Forbes, a inteligência artificial e a automação deverão criar quase 100 milhões de novos empregos nos próximos três anos, além de mudar diversas funções já existentes. A ideia é que os trabalhadores irão se concentrar em áreas que demandem características exclusivamente humanas, as chamadas human skills.

Entre algumas profissões que estarão em alta no futuro do trabalho estão: administrador(a) de conectividade, especialista em logística, especialista em realidade virtual e aumentada, orientador(a) para trabalho remoto, especialista em impressão 3D, profissional com especialização em normas e legislações nacionais e internacionais.

Vejamos alguns exemplos que já se espalham ao redor do mundo. A série documental The Age of A.I. mostra algumas empresas que estão usando a Inteligência Artificial, a aprendizagem automática e as redes neurais artificiais nos negócios. Aqui nós acompanhamos um pouco da história de uma motorista de caminhão chamada Maureen Fitzgerald. Ela foi piloto de testes para uma companhia que atua no setor de entregas e trabalhou como uma espécie de supervisora do caminhão, ficando pronta para assumir o volante caso ocorresse algum imprevisto na estrada. Também é mostrada uma pizzaria que reduziu drasticamente o desperdício ao usar o Machine Learning. Com o uso da tecnologia eles conseguem prever o número e tipos de pedidos, previsão do horário de entrega, etc.

A “fauxtomation” e a importância da inteligência humana

Um novo conceito cunhado pelo escritor e artista Astra Taylor demonstra como a inteligência artificial e a inteligência humana andam juntas. Trata-se do termo “fauxtomation”. Ele combina a palavra falso com automação a fim de demonstrar como há diversos trabalhos que são realizados por humanos, mas que são percebidos como automatizados. 

E claro que nem tudo são flores. No livro denominado Work Without the Worker, o autor Phil Jones fala sobre plataformas e serviços aparentemente automatizados que só funcionam graças à uma força de trabalho terceirizada que existe à margem da economia digital. Essas pessoas seriam “microtrabalhadores”, responsáveis por classificar pesquisas no Google, limpar dados, reforçar recursos de aprendizado de máquina, supervisionar algoritmos, treinar tecnologias baseadas em inteligência artificial e realizar outras tarefas que exigem a cognição humana. Ou seja, o trabalho humano funciona como um complemento às máquinas. 

“É importante lembrar que o impacto da automação tem menos a ver com o apagamento de trabalhos inteiros e mais a ver com adaptações à composição de tarefas de um determinado trabalho e, posteriormente, à qualidade geral do trabalho. A maioria dos empregos é resultado de várias tarefas com graus variados de suscetibilidade à automação. A automação pode não eliminar um trabalho inteiro, apenas algumas das tarefas que o compõem. Nesse espírito, a IA não tende a criar sistemas totalmente automatizados, mas sim sistemas que automatizam parcialmente os trabalhos e terceirizam certas tarefas para a multidão em uma espécie de hibridismo máquina-humano.” – Phil Jones

Relação dos humanos com inteligência artificial ainda está em construção

É preciso ter calma e não se deixar paralisar pelo medo das novas tecnologias. Afinal, são os próprios seres humanos que as criam e direcionam. Somos nós que temos inteligência, bom senso, intuição e a capacidade para trabalhar com inteligência artificial extraindo os melhores resultados e lidar com imprevistos, por exemplo.

O ser humano que trabalha hoje e vai atuar com inteligência artificial nesse futuro do trabalho é alguém que deverá apresentar inteligência emocional, para identificar e compreender mudanças de comportamentos; se mover tendo em vista a colaboração e crescimento conjunto com as outras pessoas; e claro, ser muito curioso. Devemos, sobretudo, assumir a posição de protagonistas

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